“É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da Palavra de Deus” (Doc. Aparecida 247)
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
APOCALIPSE: A ALEGRIA DE SERMOS PROFETAS (II)
2. CHAVES DE LEITURA DO APOCALIPSE
1. Apocalipse, diário e cancioneiro de resistência. O Apocalipse é um escrito de luta no qual Deus vai escrevendo a Vida: Ap 4,4-11; 5,8-14; 11,15-18; 12,10-12; 14,2-3; 15,2-8; 16,5-7; 19,1-8; 21,3-7.
2. Apocalipse, livro profético de denúncia radical: Com expressões simbólicas, e imagens reais e radicais que exigem uma leitura no contexto no qual aparecem! Há capítulos muito significativos onde a lógica da Vida e a lógica da Morte se enfrentam e é necessário fazer uma escolha (12-13; 13,10.18; 17-18).
3. Apocalipse, memória da celebração da Vida (1,16) e da Vitória (19,1-4) de todas aquelas pessoas que creem na Força do “Cordeiro degolado e em pé” (5,16), O Vivente que tem em sua mão as “sete estrelas” e está sentado no trono de seu Pai (3,21) e é o único capaz de tomar o livro e abrir os selos, quer dizer, é capaz de interpretar toda a história da humanidade desde o começo até o final: ¡Alfa e Ômega! (1,8; 21,6: 22,13).
4. Apocalipse é um quebra-cabeça do AT: simbolismo.
A linguajem simbólica é claramente sublinhada pelos comentaristas que se adentram neste oceano de luz e esplendor. Xavier Alegre comenta que a linguajem simbólica é um dos traços mais específicos da literatura apocalíptica e contribui a convertê-la numa literatura cifrada. Em Ap as imagens estão tomadas, frequentemente, do AT. Se temos em conta as citações e as alusões ao AT, “Apocalipse poderia ser visto como um quebra-cabeça do AT”.
5. Apocalipse, revelação do testemunho profético da comunidade até as últimas consequências, como Antipas, João de Patmos e a Testemunha fiel e fidedigna (1,5).
6. Apocalipse, promessa de felicidade. Sete bem-aventuranças se escondem em seu seio, como pilares fortes que sustentam todo o edifício: 1,3; 14,13; 16,15; 19,9; 20,6; 22,7.14.
7. Apocalipse, livro da urgente Justiça: Até quando, Senhor? (6,10-11) proclamam insistentemente os mártires pedindo justiça. Neles ecoa o grito das comunidades crucificadas ao longo da história: “Eles gritaram em alta voz: «Senhor santo e verdadeiro, até quando tardarás em fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da terra?» Então foi dada a cada um deles uma veste branca. Também foi dito a eles que descansassem mais um pouco de tempo, até que ficasse completo o número de seus companheiros e irmãos, que iriam ser mortos como eles” (6,10-11), e encontra a resposta no Rosto daquele que foi Degolado como Cordeiro e AGORA está DE PÉ (5,6).
Os seguidores do Cordeiro sabem muito bem de quem se trata, e todo aquele que o sabe, encontra também força e motivos para crer, resistir e esperar no meio da tribulação (1,9; 2,9.10.22; 7,14). Aí está escondida a força vigorosa deste livro “profético” (1,3; 11,6; 19,10; 22,7.10.18.19), “evangelho eterno” (14,6) para enfrentar a tribulação, a perseguição e se for preciso até a mesma morte como Antipas (2,13) e tantos outros (7,14-17), “por que a esperança não morre jamais!” (Dom Avelar, bispo de Salvador).
8. Apocalipse, livro da teimosa Esperança do mandacaru: 2,7.11.17.26; 3,5.12.21.
Propomos ler o Apocalipse desde o começo até o final, seguindo as pistas narrativas que nos vai colocando a cada passo. Não é suficiente lê-lo uma só vez para familiarizar-se e ter sintonia com as imagens e os símbolos mais significativos do Apocalipse, entrando assim realmente no miolo da sua mensagem.
É necessário ter presentes as chaves de leitura que o mesmo Autor nos oferece desde o título-prólogo, onde faz uma síntese do caminho que quer fazer percorrer aos leitores de ontem e de hoje.
Assim, seguindo passo a passo as suas dicas compreenderemos as diferentes situações que descreve a partir dos contextos culturais, sociais, políticos e religioso-teológicos. Do contrario, corremos o risco de ficarmos na casca, sem saborear o fruto que está dentro e sem chegar a captar a raiz, a Espiritualidade que anima cada página desta obra fascinante e maravilhosa dirigida as Sete Igrejas da Ásia e ao mesmo tempo à Igreja de todos os tempos e lugares: para descobrir qual é a Revelação de Jesus Cristo e suscitar Resistência, perseverança e confiança na Vitoria do Senhor Ressuscitado provocando a esperança com o mesmo grito de alegria da Esposa e do Espírito que dizem: ¡VEM, SENHOR, JESUS! (22,17-21).
3. ESTRUTURA GLOBAL DO APOCALIPSE (Pablo Richard).
Prólogo e saudação (tempo presente): 1,1-8
A) 1,9-3,22: Visão apocalíptica da Igreja
B) 4,1-8,1: Visão profética da história
C) 8,2-11,19: as trombetas (releitura do Êxodo)
CENTRO: 12,1-15,4: a comunidade cristã entre as Bestas
C´) 15,5-16,21: as taças (releitura do Êxodo)
B´) 17,1-19,10: visão profética da história
A´) 19,11-22,5 visão apocalíptica do futuro
Epílogo (tempo presente): 22,6-21
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